Definição
Este câncer tem sua origem nas células dos pulmões, órgãos esponjosos localizados na região peitoral do corpo e responsáveis pela absorção do ar inalado e pela liberação do dióxido de carbono exalado pelo indivíduo.
O tumor de pulmão, assim como outras doenças cancerígenas, desenvolve-se por meio da multiplicação desordenada de células anormais, denominadas malignas. Elas formam a lesão e destroem os tecidos adjacentes, podendo atingir a circulação e acometer outras partes do organismo. Esse fenômeno é conhecido como metástase.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão, cuja incidência mundial aumenta em 2% a cada ano, é o mais comum de todos os tumores malignos.
A doença é classificada em pequenas células e não pequenas células. Esta última, composta por tipos variados de células, é responsável por 75% dos casos, segundo dados do INCA.
Causas
A principal causa do câncer de pulmão é o tabagismo, sendo responsável por 90% dos casos, de acordo com levantamento feito pelo INCA. Para o pulmão se proteger das agressões da fumaça e das substâncias nocivas do cigarro, ocorre uma transformação da mucosa causada por alterações celulares importantes. Esse processo pode gerar células anormais (malignas) e, com isso, formar lesões locais e metastáticas.
Outras causas menos comuns de câncer de pulmão (menos de 10% dos casos) são a poluição atmosférica e a exposição a radiações ionizantes, asbesto e outras fibras minerais, sílica, cromo, níquel, arsênico e hidrocarbonetos policíclicos, além de fatores genéticos. Entretanto, vale ressaltar que o câncer de pulmão é uma doença incomum em quem não fuma.
Sintomas
Em seu estágio inicial, o câncer de pulmão geralmente é assintomático. Quando os primeiros sinais clínicos começam a se manifestar, é comum haver tosse, expectoração com sangue, falta de ar, dor torácica, sibilos (chiado no peito), rouquidão e infecções frequentes (pneumonia). Também podem ocorrer sinais de cansaço (fadiga), perda de apetite e inchaço na face e no pescoço.
Diagnóstico
Como os sintomas são muito semelhantes aos já apresentados pelos fumantes de longa data, o diagnóstico acontece tardiamente na maioria dos casos. A forma mais eficaz de confirmar a doença é por meio de raios X de tórax, complementados por tomografia computadorizada.
A endoscopia respiratória (broncoscopia), por sua vez, avalia a árvore traqueobrônquica e, em alguns casos, permite a biópsia. Durante o procedimento, uma sonda com fibra ótica é introduzida pela cavidade nasal com a finalidade de visualizar o local e coletar amostras suspeitas. Outro método comum para a realização da biópsia é a aspiração por agulha na parede do tórax, em que é retirado o líquido pleural localizado na membrana que reveste os pulmões.
Com a confirmação da doença, torna-se necessário avaliar o estágio de evolução, ou seja, se está restrita ao pulmão ou se atingiu também outros órgãos. Nessa análise, denominada estadiamento, são realizados diversos exames de sangue (dosagem de enzimas) e imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética).
Tratamento
Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o especialista poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de remédios.
O tratamento possui três alternativas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Seja de forma combinada ou isolada, todas têm como objetivo combater as células cancerígenas. A escolha da melhor estratégia dependerá do tamanho, da localização e da extensão do tumor.
De acordo com o INCA, os tumores restritos ao pulmão devem ser removidos por meio de procedimento cirúrgico. Nos primeiros estágios da doença, as chances de cura são de 75%. Em estágios mais avançados, a combinação de radioterapia e quimioterapia obtém os melhores resultados, com 30% de chance de cura.
Prevenção
A forma mais importante e eficaz de prevenção é o combate ao tabagismo. Com essa medida, há redução significativa do índice de novos casos e da taxa de mortalidade relacionada com o câncer de pulmão. Também é fundamental diminuir a exposição passiva contínua à fumaça do tabaco (fumantes passivos), já estabelecida como importante causa de desenvolvimento de neoplasia pulmonar.
Para os indivíduos que trabalham expostos a outros agentes irritantes dos pulmões, é recomendado o uso de equipamentos de proteção individual. Para aqueles que têm história familiar de câncer de pulmão, é essencial o acompanhamento regular com um especialista para a realização de exames periódicos.
Editora médica: Dra. Anna Gabriela Fuks (615039RJ)
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