sábado, 22 de janeiro de 2011

RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA






Durante décadas a radiologia foi uma especialidade médica voltada exclusivamente para o diagnóstico. Hoje a imagem tem sido utilizada em diversas áreas com fins terapêuticos, sendo esta nova área conhecida por radiologia intervencionista (RI). A RI encontra seu maior valor entre patologias vasculares, biliares, hepáticas e urológicas, embora a evolução das técnicas provavelmente venha a ampliar o número de áreas que possam ter doenças tratáveis com este procedimento pouco invasivo.
A angioplastia intra-luminal talvez seja a maior aplicação vascular da RI, permitindo que alguns pacientes evitem um ato cirúrgico mais invasivo. Durante uma angiografia pode-se dilatar uma estenose ateromatosa através de uma sonda com balão. Posiciona-se a sonda e, com auxílio de contraste, o balão é inflado, remodelando a parede do vaso. Esta técnica pode ser aplicada nas estenoses de artérias ilíacas, femorais, coronárias, renais e carótidas.
Novas técnicas de intervenção vascular tem sido desenvolvidas, como a recanalização de uma obstrução arterial por laser ou cateter forant e a colocação de endoprótese vascular definitiva.
Em tumores hipervascularizados pode ser de grande valor interromper o aporte sanguíneo através de embolizações dos pedículos nutrícios destes tumores. Pacientes jovens com hemoptise de repetição podem ter anomalias diagnosticadas por angiografia brônquica e, em alguns casos, pode estar indicada uma embolização terapêutica. Este procedimento pode ser útil também na hipertensão portal, através de embolizações de varizes esofágicas por via trans-hepática.





A radioscopia televisionada permite a introdução de trombolíticos in situ para destruir um trombo, assim como de quimioterápicos, o que proporciona níveis elevados na vasculatura do próprio tumor.
Colocação percutânea de filtros ou de endoprótese na veia cava inferior, escleroterapia de varizes e angioplastias são alguns dos procedimentos da RI que podem ser realizados em nível de sistema venoso.
A punção percutânea trans-hepática guiada por radioscopia televisionada pode permitir a introdução de um dreno em ductos biliares dilatados. Em alguns casos, até mesmo uma endoprótese biliar definitiva pode ser colocada por esta via. Se a obstrução é devida a um tumor pancreático ou biliar, o procedimento é paliativo, mas pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
Punções aspirativas guiadas por ecografia, radioscopia ou tomografia e drenagens de abscessos por ultra-som são apenas mais alguns dos procedimentos que a RI está apta a realizar, deixando a nítida impressão que esta nova área da radiologia está ainda nos seus primeiros passos, tendo muito a oferecer para o progresso da medicina.

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